[Escute]
Danilo Bortoli [6]
Em Ekstasis, Julia Holter tinha uma forma bem característica de prender a atenção porque ela tinha, para cada som que circundava cada palavra, uma significância. Era como desbravarar o barroco e ainda ficar preso ao lirismo de um dos melhores álbuns do ano passado. Mas em "World", ela desiste daqueles truques, para o bem ou para o mal (espero ainda ter algo mais concreto, um álbum, este ano) e vai quase ao essencial: palavras sozinhas que carregam, por analogia, um mundo inteiro. Daria uma bela trilha de filme se fosse um pouco mais singular.
Felipe Reis [8]
Despida de efeitos de produção (coisa que marcou Ekstasis), Julia Holter foca na sua voz e deixa algumas ambiências no ar em "World", uma faixa seca, quase frígida. Soa desinteressante e desinteressada em primeiro momento, mas carrega um ar de mistério tão imponente que nos obriga a retornar - e aí notamos o brilho da canção. É uma música tímida que encontra melancolia em sua pequenez, assim como as grandes canções cantadas por atrizes de clássicos hollywoodianos em momentos de solidão (não por acaso, soa como uma dessas canções). Julia aqui é como todas as mães do mundo: "a singer with eyes closed".
7.0
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