sábado, 10 de agosto de 2013

Ariana Grande - Baby I (Faixa)

90s in a nutshell: da Nickelodeon à Mariah Carey.

[Escute]




Danilo Bortoli [9]
"Real talk": por mais que eu adore a forma com que Ariana Grande fez com que eu voltasse a escutar "Fantasy" como se Glitter nunca tivesse acontecido na história (acredite, esta mesma história teria sido bem diferente), "Baby I" tem seus próprios méritos. O truque é velho -- e talvez por isso funcione. A incapacidade de dizer um "eu te amo" vira a razão de existir de uma canção inteira. Mas é disto que o R&B dos anos noventa vive: o foco aqui é no momento. Não há muito a se dizer acerca de fatos (eles são meros panos de fundos para uma narrativa emocionada), os personagens são unidimensionais. Tudo o que importa é o sentimento. "Baby I" não tem nenhuma expressão definitiva do que Ariana quer dizer. Você só tem a catarse a seu favor. Ela não sabe o que dizer. A pergunta mais digna a ser feita agora é como tudo isto chega a funcionar. Culpe o melisma. Até porque o que impressiona em "Baby I" é justamente a interpretação. Ela traz confiança à timidez e à falta de palavras. E o mais incrível: elas nem sempre são necessárias. Só um refrão destes basta.

Felipe Reis [5]
Em "Baby I" Ariana Grande se apresenta como uma meio-Aguilera meio-Mariah que aposta na produção para balancear o sugar-rush da canção, com seus vocais exagerados (tecnicamente perfeitos) e sua visão romântica bastante padrão pra um hit de rádio. A fofura é equilibrada com batidas de trap bem sutis e uma mão controlada que podemos sentir se segurando para não alcançar o "overproduced". Fico surpreso que não incomoda tanto quanto poderia pela proposta, mas ainda assim é uma canção que me deixa em alerta para uma potencial popstar dona de hits irritantes em um futuro breve.

Julio Pio [7]
Ariana já tinha me despertado a atenção com "The Way" - de uma maneira não tão positiva. Mas quando uma faixa te lembra ao mesmo tempo Can't Hold Us Down da Aguilera e Mariah na melhor fase (e umas batidas pra rolar um twerk maroto), tem alguma coisa de muito errado. Ou de muito certo.

Ramon R. Duarte [3]
Pouca gente sabe, mas tudo de ruim que acontece no mundo é culpa dessas cantoras modelo American Idol que infestam o pop mainstream e insistem em reviver esse R&B noventista de esquina que a senhora Mariah Carey ajudou a disseminar. E essa tal de Ariana Grande é tão genérica e sem identidade que, se por alguma infelicidade do destino, um dia eu esbarrar na rádio com qualquer música de sua autoria, certamente vou poder passar um bom tempo criando um catálogo com zilhares de outras cantoras similares e igualmente banais. Mesmo assim, tenho convicção de que não corro o risco. De todo modo, pelo bem da humanidade - e principalmente das criancinhas: parem, por favor.


6.0

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