quarta-feira, 29 de maio de 2013

Kelly Rowland - Dirty Laundry (Faixa)


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Danilo Bortoli [9]
Longe de um vanity single que a "irmã" mais velha dela costuma soltar desde sempre, "Dirty Laundry" é uma das melhores retratações pop do ano até agora. É mais um desabafo unilateral do que um acerto de contas entre duas partes propriamente. E, melhor: é um desabafo que, finalmente, não mede palavras. Há o relacionamento abusivo, as frustrações de não ser o centro das atenções, o tempo que passa, a carreira que (segundo alguns) era tão subestimada quanto a de Michelle. Essa é uma forma de analisar "Dirty Laundry", claro. O interessante, porém, está num nível abaixo: esta é uma canção sobre vitória, e nem tanto sobre tristeza, e querer começar de novo. Claro, é uma carreira toda sendo discutida em cerca de cinco minutos e meio, o que pode parecer pretensioso no mínimo. Mas repare: não são tantos artistas hoje que têm a moral e o direito de se retratarem de uma forma tão honesta e parecerem heróis. Chegar até aqui já é digno de nota, e "Dirty Laundry" é um hino de comiseração.

Felipe Reis [7]
"Dirty Laundry" é uma bela faixa de R&B, daquele tipo que a produção repetitiva é marcante pela insistência (5 minutos e meio com uma mesma batida) e calorosa por seus adornos (aqui temos pianos e orquestrações sutis, longe do exagero barroco de uma Lana Del Rey). Não é, no entanto, uma faixa que pode ser apreciada apenas por seu som. É uma expressão confessional, assim como todo bom hit pop é. Acho corajoso Kelly Rowland, depois de tanto tempo, decidir se abrir e contar sua história desse modo tão sincero e, vamos lá, agressivo. Em momentos sua exposição é vergonhosa, gerando aquele sentimento "informação demais", como quando ela retrata o que sentiu ao ver a Beyoncé fazer sucesso. Em outros, sua voz funcional abraça a canção e nos convence - a entonação em "dirty laundry, dirty laundry" sendo o ápice. Da próxima, espero que ela se lembre de adaptar algumas palavras do diário ao invés de recitá-las na íntegra. 


8.0 [RECOMENDADO]

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