Danilo Bortoli [1]
Eu tenho alguma dificuldade em aceitar que as Icona Pop tenham ido tão baixo depois de uma canção tão boa como "I Love It", em 2012, mas também não é como se elas tivessem um passe livre depois daquele disco só disponível na Suécia que, aliás, flopou. Deixando de lá todas essas variáveis (até porque só o que importa é a música, não é mesmo?), "Girlfriend" é, teoricamente, a sequência perfeita para aquele hit de verão: tem a mesma energia de antes, só que infinitamente mais calculada ao ponto de que afirmações como "nós não vamos parar agora" são o mesmo tipo de utopia que fez do #yolo uma piada quase que instantânea no mundo do 128 bpm. Eu até entendo que a necessidade universal da dupla resume-se à namorada (quem não entendeu até agora?), mas, por favor, escreva um refrão melhor na próxima vez.
"I Love It" foi uma afirmação de amizade e "girl power" sincera, sutil e, claro, divertida. "Girlfriend" é o oposto de "I Love It", a mesma afirmação de amizade só que com uma expressão vulgar, tediosa e boba. Um single completamente desnecessário com uma produção genérica (no melhor estilo Calvin Harris) que não ajuda em nada. O Icona Pop já foi interessante, mas agora as garotas parecem realmente não se importar.
Quando você faz uma música onde liga o foda-se, se junta com aquela sua amiga que tá bombando por aí e abusa dos sintetizadores soa divertido, engraçado. É aquela canção que simplesmente repete o que a Ke$ha tanto gritou em Warrior - e não há nada de errado nisso. Elas foram competentíssimas nisso, I Love It é uma das canções do ano, todo mundo amar gritar "I'M A 90s BITCH!" no meio da pista. Até aí, OK. Mas fazer essa sequência anêmica de I Love It e Nights Like This, que parece ter sido composta depois delas terem visto o show da Katy Perry na Suécia, e até hoje elas não esqueceram como ficaram chapadas de refrigerante? Elas não se tocaram que é one-time joke?
2.0
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