A questão é: "Bring The Noize" é uma bagunça. E não sempre no sentido com que nós nos acostumamos em Kala ou aquela montanha-russa (muito boa) de 2010. Pelo menos, aqui, ela tenta conciliar os dois lados, mas a catarse dos dois primeiros álbuns fica perdida. O resultado é bem claro infelizmente: por que usar uma hipérbole dessas quando tudo o que ela quer mesmo é trazer o concurso de dança de volta?
Felipe Reis [5]
Achei que a M.I.A. tinha superado a bagunça injustificável do /\/\/\Y/\ com "Bad Girls". Pelo visto eu estava enganado. Conversamos quando você sair dessa fase, até lá eu continuo escutando o Kala.
Ramon R. Duarte [7.5]
M.I.A. continua na esquizofrenia acessível de Maya, permanece com a sua bagunça noise-pop-musique-concrete-afro-eletro-whatever; no entanto, aqui ela a insere sabiamente em um contexto vulgar e mundano, sem presunção, sem hierarquia e distinção do que é comercial e experimental. Há um meio termo, um ponto de encontro, prevalece a inteligente simbiose dos mundos distintos que M.I.A. tanto gosta de explorar, um espaço de contrastes, dos polos e extremos tratados com paridade e harmonia. Misteriosamente contagiante, "Bring the Noize" surge como um lampejo de atrevimento no comodismo do pop habitual, é impossível não ficar imerso no caos estabelecido depois de 2 minutos de audição, ficar obcecado pela discórdia dos beats incessantes, da base perfurante e destruidora regida por um minimalismo mergulhado em êxtase. Barulho, bagunça é o que queremos! M.I.A. entende isso, sem rodeios, direta e visceral como sempre foi em seu posicionamento engajado. Ressonante, ensurdecedora, no limite entre a simetria e a desordem. Aqui eu vejo uma garota má de verdade.
5.8
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