quinta-feira, 27 de junho de 2013

Until The Ribbon Breaks - 2025 (Faixa)





Danilo Bortoli [4]
"I think that I'll marry a stranger that I met online". Este é o momento no ano em que eu pergunto se o revival do R&B noventista desde 2011 valeu a pena. E eu digo também: se for para revelar as idiossincrasias da pós-modernidade (quer algo mais 90s que isso?!) só porque fala da internet, prefiro ficar longe.

Felipe Reis [9]
Pete Lawrie, o inglês por trás do Until The Ribbon Breaks, tem algo de Tricky em sua essência: o cara crítico, ríspido e de visões apocalípticas que se apropria do underground eletrônico (ao mesmo tempo que é parte dele) para criar hinos coerentes ao seu tempo. A crítica em "2025" é muito mais sutil que as do Tricky, no entanto - não apenas por causa do vocal macio, mas porque é uma visão vitimizada do mundo pós-moderno que nos oprime diariamente. Existe uma tristeza e um conformismo em sua expressão, ele não dá soluções para escaparmos da bagunça hiper conectada que é tudo e nada ao mesmo tempo em 2013, apenas aceita ela e a incorpora na faixa através do tom cinzento e das batidas hiperativas. E aí mora a potência da canção, nos vemos nesse conformismo (principalmente se as imagens do clipe acompanharem a audição) e começamos a nos perguntar as mesmas coisas que o OK Computer nos faz/fazia perguntar, só que num ângulo de visão privilegiado, de quem consegue ver as coisas com mais clareza em 2013. No final das contas, resta um hino pop melancólico apenas, já que as mudanças parecem utopia e bem, estamos mesmo amaldiçoados. Resta também algo para nos orgulharmos em meio a esse caos: assim como "2025", realmente somos muito belos por não sabermos para onde ir.


6.5

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